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Litoral Norte em memórias: Caraguatatuba recebe exposição de fotografias que datam de 1900 a 1980

Organizada pela fotógrafa Maristela Colucci e com textos da jornalista Camila Prado, a exposição estará em cartaz no MACC e reúne 69 imagens que revisitam cultura e história da região

Depois de passar pelo MIS (Museu da Imagem e do Som), em São Paulo, um dos principais espaços de cultura do país, e pelo Teatro Municipal de Ubatuba, a exposição Villa Bella – Memória iconográfica de uma bela Ilha (Ilhabela – 1900-1980) chega a Caraguatatuba, dando mais uma oportunidade a moradores e turistas de revisitar a história da região. A mostra acontece entre 20 de junho e 20 de julho no Museu de Arte e Cultura de Caraguatatuba (MACC). A abertura será dia 20 de junho às 19h. Às 19h30 terá visita guiada às com as autoras.

A visitação é de 21 de junho a 20 de julho, de terça a sábado, das 10h às 18h.

“Após meses de circulação, o projeto está novamente mais próximo de Ilhabela. Essa passagem por Caraguá será uma oportunidade de instigar na população local o retorno aos seus próprios acervos familiares. A ressignificação de memórias ancestrais confere a acervos particulares, muitas vezes esquecidos, a devida importância no campo histórico e da preservação”, explica a fotógrafa Maristela Colucci, pesquisadora e organizadora da exposição.

O material iconográfico abrange registros entre 1900 e 1980, período que coincide com a evolução da fotografia e com a consolidação de uma cultura múltipla e complexa na região. São 69 imagens retratando momentos do passado que permeiam a cultura e a vida dos nativos, dos primeiros imigrantes e de veranistas da ilha, marcando especialmente a transição da Villa Bella para Ilhabela.O projeto é fruto de uma profunda pesquisa sobre essa pluralidade cultural. Durante o processo, Maristela deparou-se com ricos acervos particulares de famílias que foram entrevistadas e que cederam as imagens para a exposição. Elas foram organizadas em eixos temáticos: Travessia, Bem-vindos, Casamentos, Retratos, Economia, Engenhos, Cotidiano, Carnaval, Religião, Curiosidades, Educação, Congada, Arquitetura, Pesca e Natureza.

Ao longo da jornada foram encontradas diversas fotografias em papel – cujos negativos se perderam –, armazenadas em caixas, álbuns e, algumas poucas, emolduradas. No caso dos slides garimpados, a conservação não era ideal e as imagens apresentavam marcas de manuseio e fungos. A maior surpresa foi encontrar daguerreótipos feitos nas décadas de 1920 e 1930.

A jornalista Camila Prado é a responsável pelo mergulho na história caiçara: de posse das imagens selecionadas, realizou a pesquisa que resultou nos textos e legendas. A leitura principal conduz o espectador pela Ilhabela do século XX, desde seu nome em Tupi, nos tempos de ocupação indígena, até a transição de uma Ilhabela caiçara, no início do século XX, ainda com traços coloniais e base econômica na agricultura da cana, do café e na pesca, para uma comunidade mais urbana, com estradas de acesso, balsa, carros e veranistas. Já as legendas, informativas e leves ao mesmo tempo, transmitem histórias, tradições, lendas e crenças para um público de todas as idades, inclusive o escolar, a quem é oferecida uma proposta pedagógica.

Durante a passagem da exposição pelo MACC, todas as escolas de Caraguatatuba – tanto da rede pública como da particular (Ensino Fundamental II e Ensino Médio) – vão receber o material do projeto, criando um paralelo educativo contextualizado para integrar o público escolar à mostra.

As escolas poderão agendar visitas, e os alunos serão recebidos na videoteca para acolhimento e breve introdução à expo. Logo em seguida, percorrerão as salas da mostra e a visita é encerrada com uma contação de histórias sobre as lendas de Ilhabela.

A circulação da exposição é viabilizada por meio do Programa de Ação Cultural (ProAC) da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo. O projeto ainda prevê, no futuro, a publicação de um livro.

Sobre a organizadora da exposição

Fotógrafa paulistana e moradora de Ilhabela há mais de 20 anos, Maristela Colucci apresentou seis exposições individuais no Brasil e uma em Lisboa, Portugal. Coletivamente, expôs em museus como MIS e MAM, no Memorial da América Latina, e também em Bogotá (Colômbia), em Bangkok (Tailândia), no Porto (Portugal), em Nova Iorque (Estados Unidos) e em Florença (Itália). Tem sete fotolivros autorais publicados. Suas fotos integram o acervo de fotografia do MAM – Museu de Arte Moderna (Verde Lente), FNAC e BnF – Bibliothèque nationale de France.

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