Brasil

Árvore rara, reencontrada depois de anos extinta, dá frutos pela primeira vez no litoral paulista

Imagine viver a emoção de redescobrir uma espécie? Isso foi vivido pelos biólogos Marcelo Dias Rodrigues e Marcelo Miranda, pai e filho, em 2018. A árvore em questão é a chamada árvore-do-imperador (Chrysophyllum imperiale). A espécie pode alcançar a marca dos 30 metros. Ela já deixou de existir em várias regiões e corre um alto risco de extinção em nível nacional.

“Existem pouquíssimos exemplares dessa árvore. Eu conhecia apenas um que foi registrado na Universidade Rural do Rio de Janeiro (RJ). E o mais curioso é que agora temos registro de mais indivíduos. Uma delas, inclusive, é adulta, e pela primeira vez, está dando frutos. Foi um encontro realmente surpreendente que pode ajudar a salvar essa árvore”, conta o biólogo Marcelo Dias Miranda.

O fato da árvore dar frutos foi muito comemorado. Segundo os historiadores, foi justamente esse fruto que deu nome à espécie, já que, por ser doce, era muito apreciado por Dom Pedro I e II. No passado, a árvore-do-imperador, sofreu com a exploração em massa de sua madeira que era muito utilizada na produção de navios, o que a colocou na lista de espécies ameaçadas.

O pai de Marcelo afirma que durante as observações da árvore, fez registros de frutos mordiscados, o que mostra a dependência do fruto para a fauna local. “Os frutos estavam amontoados, parcialmente comidos, inclusive as sementes. Acredito que tenham alimentado uma cotia ou paca, o que faz com que os animais dispersem essas sementes em outros pontos da floresta. Isso ajuda a aumentar a população dessa árvore”, explica Marcelo Rodrigues.

Mais sobre o encontro

Ainda segundo Miranda, o encontro ocorreu quando ele recebeu informações sobre a árvore.

“Eu estava desenvolvendo trabalhos de levantamentos florísticos, numa floresta de restinga, perto da minha casa, quando ouvi sobre essa espécie rara que ocorria em planícies alagáveis próximo ao mar e encostas. Eu fiquei instigado e comecei a fazer buscas”, conta.
Após alguns meses de análise da área, ele encontrou a espécie. “A partir disso, comecei a visitar a área junto com o meu pai e encontramos mais indivíduos da espécie em localizações como no rio Claro, no Jaraguá e Pegorelli. Todas estavam em áreas de encosta, cercadas por pedras e florestas muito preservadas”, detalha ele.

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