Você já se perguntou por que um vinho da Argentina tem um sabor tão diferente de um produzido na França, mesmo sendo da mesma uva? De acordo com Sidnei Piva de Jesus, a resposta está no terroir, um conceito que engloba solo, clima e altitude. Esses fatores trabalham juntos para criar características únicas em cada garrafa. Gostaria de saber como? Ao longo deste artigo, vamos explorar como cada um deles influencia o sabor e o aroma do vinho, transformando uma simples bebida em uma experiência sensorial única.
Como o solo afeta o sabor do vinho?
O solo é como a “impressão digital” de um vinho. Segundo o empresário Sidnei Piva de Jesus, diferentes tipos de terra oferecem nutrientes variados que as videiras absorvem, influenciando no gosto final. Por exemplo, solos ricos em calcário tendem a produzir vinhos mais minerais e frescos, como os Chardonnays da Borgonha. Já solos vulcânicos, como os encontrados na Sicília, podem gerar vinhos com notas mais terrosas e intensas.

Inclusive, além da composição, a drenagem do solo também é crucial. Já que solos mais arenosos permitem que a água escoe rapidamente, fazendo com que as raízes das uvas se aprofundem em busca de nutrientes. Isso resulta em vinhos com maior complexidade. Por outro lado, solos argilosos retêm mais água, produzindo vinhos mais encorpados e frutados, como os famosos Merlots de Bordeaux.
A importância do clima para o vinho
O clima define como as uvas amadurecem e acumulam açúcares e ácidos, elementos determinantes para o equilíbrio do vinho, como informa Sidnei Piva de Jesus. Dessa forma, regiões mais quentes, como o Vale do Napa, nos EUA, produzem uvas mais maduras, resultando em vinhos com maior teor alcoólico e sabores de frutas tropicais.
Já em áreas frias, como a Alemanha, as uvas mantêm alta acidez, criando vinhos mais leves e refrescantes, como os Rieslings. Além disso, a quantidade de chuva e a exposição ao sol também moldam o perfil do vinho. Dessa forma, vinhedos em regiões com verões curtos e ensolarados desenvolvem cascas mais grossas, concentrando taninos.
A altitude muda o sabor do vinho?
Sim, e muito! Quanto mais alto o vinhedo, maior a amplitude térmica (diferença entre dia e noite). Conforme menciona o empresário Sidnei Piva de Jesus, isso faz com que as uvas amadureçam mais lentamente, mantendo acidez e aromas frescos. Assim sendo, vinhos produzidos em altitudes elevadas, como os Malbecs argentinos da região de Mendoza, costumam ter taninos mais suaves e notas vibrantes de frutas vermelhas.
Ademais, o ar rarefeito e a maior exposição aos raios UV em grandes altitudes estimulam a produção de compostos aromáticos nas uvas. Por isso, vinhos de montanha, como alguns produzidos nos Alpes italianos, tendem a ser mais perfumados e complexos. Em contraste, vinhedos em baixas altitudes, como no sul da Austrália, geram vinhos mais encorpados e com sabores maduros.
O terroir é a alma do vinho
Em conclusão, o solo, o clima e a altitude são como os ingredientes secretos que tornam cada vinho único. Pois, eles trabalham em harmonia para criar perfis de sabor e aroma que refletem a personalidade de cada região. Isto posto, na próxima vez que você degustar um vinho, preste atenção a essas características e tente identificar a influência do terroir. É uma maneira fascinante de viajar pelo mundo através do paladar!
Autor: Andrey Belov