Segundo o executivo Paulo Twiaschor, as certificações verdes em projetos de engenharia (como LEED, AQUA-HQE, BREEAM e EDGE) funcionam como bússolas de desempenho ambiental, direcionando escolhas de materiais, eficiência energética e gestão de água desde o anteprojeto. Ao transformar critérios técnicos em parâmetros verificáveis, esses selos reduzem incertezas, fortalecem a governança e traduzem sustentabilidade em resultado mensurável, condição cada vez mais decisiva para competitividade e acesso a capital.
Certificações verdes e projetos de engenharia: Por que importar?
A correlação entre certificações ambientais e qualidade de projeto vai além do marketing. Protocolos de avaliação exigem evidências documentais, simulações e comissionamento de sistemas, elevando o padrão técnico e a rastreabilidade das decisões. Isso se reflete em conforto térmico e acústico, desempenho energético previsível e menores custos operacionais ao longo do ciclo de vida, atributos valorizados por usuários e investidores.

De acordo com Paulo Twiaschor, a presença de um selo reconhecido padroniza a comunicação entre partes interessadas, diminui assimetrias de informação e facilita auditorias. Esse enquadramento metodológico reduz retrabalhos, melhora a coordenação entre disciplinas e contribui para cronogramas mais realistas. Em síntese, a certificação organiza o processo e amplia a confiabilidade do resultado.
Como as certificações verdes agregam valor econômico aos empreendimentos?
A lógica de “custo total de propriedade” (TCO) ganha protagonismo quando edifícios certificados apresentam menor consumo de energia e água, contratos de manutenção mais previsíveis e maior vida útil de equipamentos. Isso melhora o NOI (renda operacional líquida) e tangibiliza o payback de soluções eficientes, favorecendo valuations mais robustos e condições de financiamento diferenciadas, inclusive com instrumentos atrelados a metas ESG.
Como destaca Paulo Twiaschor, certificações verdes também reduzem riscos regulatórios e reputacionais, especialmente em mercados com exigências crescentes de descarbonização. A padronização de evidências permite comprovar desempenho em due diligences, sustentar emissões de títulos verdes e atender metas de governança corporativa. O selo, assim, funciona como seguro de qualidade técnica e regulatória, com reflexos diretos nas taxas e prêmios de risco.
Critérios técnicos centrais nas certificações ambientais
Os principais referenciais avaliam energia (envoltória, HVAC, automação e medição), água (reuso, dispositivos economizadores e paisagismo eficiente), materiais (conteúdo reciclado, baixo carbono e origem responsável), qualidade do ar interior (BAQ) e mobilidade (proximidade de transporte e infraestrutura para bicicletas). A soma desses créditos direciona o projeto à redução de impactos e à resiliência climática.
Paulo Twiaschor ressalta que o comissionamento (verificação independente do desempenho projetado versus o instalado) é ponto-chave para fechar o ciclo virtuoso. Sem ele, corre-se o risco de “projetar eficiência” que nunca se manifesta na operação. A medição e o monitoramento contínuos, por sua vez, permitem ajustes finos, consolidando ganhos e evitando derivas de consumo ao longo do tempo.
Integração entre BIM, IoT e certificações verdes
Modelagem da Informação da Construção (BIM) acelera a coleta de evidências para certificações, ao estruturar quantidades, fichas de materiais e simulações em um repositório unificado. A interoperabilidade facilita análises energéticas, estudos de iluminação natural e verificação de interferências, reduzindo mudanças tardias e custos associados. Essa base digital favorece a transparência e a colaboração entre projetistas, obra e operação.
Paulo Twiaschor informa que na fase operacional, sensores IoT alimentam plataformas de gestão com dados de consumo e conforto, permitindo comparar o desempenho real com as metas certificadas. A retroalimentação corrige desvios, aprimora rotinas de manutenção e sustenta recertificações ou upgrades de nível. Desse modo, o selo deixa de ser um evento pontual e torna-se um processo evolutivo de melhoria contínua.
Caminhos práticos para conquistar certificações verdes em projetos de engenharia
A trajetória eficiente começa no planejamento: definição de metas de desempenho, escolha do referencial mais aderente ao escopo, estudo de viabilidade de créditos e montagem de uma equipe com responsabilidades claras. A etapa seguinte envolve modelagem, simulações e seleção de materiais com documentação adequada, além de estratégias de obra limpa, logística e descarte controlados.
Por fim, Paulo Twiaschor aponta que a governança do processo reduz riscos de não conformidade e evita corridas de última hora. Ao final, o comissionamento e a capacitação da equipe de operação garantem que o desempenho previsto se materialize no uso diário do ativo, salvaguardando o valor gerado pela certificação.
Autor: Andrey Belov