A rotina dos trabalhadores da Sabesp Caraguatatuba foi bruscamente interrompida por um episódio de extrema violência que escancara a fragilidade da segurança nas unidades da companhia. Na madrugada de sexta-feira, 13 de junho de 2025, um trio armado invadiu a estação de tratamento local, rendeu o operador que estava de plantão, o amarrou e roubou tanto objetos pessoais quanto equipamentos da própria empresa. O funcionário só foi libertado horas depois, quando seus colegas chegaram para o turno seguinte. O caso deixou em choque os trabalhadores da unidade e reacendeu o debate urgente sobre a ausência de medidas básicas de proteção nas instalações da Sabesp Caraguatatuba.
Segundo relatos do sindicato da categoria, o Sintaema, essa não é a primeira vez que a Sabesp Caraguatatuba enfrenta situações de insegurança, sendo parte de um padrão recorrente em várias regiões do estado de São Paulo. A falta de investimento em segurança física nas unidades é motivo de protestos constantes da entidade, que vem promovendo ações e denúncias públicas há anos. Ainda assim, os trabalhadores continuam sendo expostos a riscos inaceitáveis em locais isolados e muitas vezes desprotegidos. A ausência de vigilância adequada, iluminação e dispositivos de emergência transforma cada plantão em um potencial cenário de violência.
A violência na Sabesp Caraguatatuba evidencia um cenário preocupante e uma contradição profunda. Como a maior empresa de saneamento da América Latina, a Sabesp deveria ser referência não apenas em qualidade de serviço, mas também em proteção à sua força de trabalho. No entanto, a realidade enfrentada pelos profissionais nas estações de tratamento, como a da Sabesp Caraguatatuba, mostra negligência e desprezo com a integridade física dos trabalhadores. O medo de novos ataques e a sensação de abandono têm gerado um clima de tensão permanente nas equipes de operação.
O Sintaema, entidade que representa os trabalhadores do setor de água, esgoto e meio ambiente em São Paulo, tem reforçado a necessidade urgente de uma política eficaz de segurança nas instalações da Sabesp Caraguatatuba e de outras unidades do estado. O sindicato está preparando novas medidas legais e organizando mobilizações para pressionar a companhia a agir de forma concreta e imediata. Além disso, foi iniciado um pente-fino nas estruturas da empresa para mapear pontos críticos de vulnerabilidade e encaminhar denúncias formais aos órgãos competentes.
Enquanto a gestão da empresa mantém o silêncio diante do ocorrido, os trabalhadores da Sabesp Caraguatatuba e de outras unidades se sentem desamparados. Muitos relatam trabalhar sob constante apreensão, sem a certeza de que voltarão em segurança para suas casas. O sindicato alerta que esse tipo de cenário, caso não seja combatido com rigor, pode levar a consequências ainda mais graves. A ausência de políticas de segurança adequadas coloca em risco não apenas os trabalhadores, mas também o funcionamento das estações e a continuidade dos serviços essenciais à população.
O assalto na Sabesp Caraguatatuba também reacende a discussão sobre os efeitos da crescente precarização dos serviços públicos e as consequências da falta de investimentos em infraestrutura de proteção. Os trabalhadores afirmam que sem medidas efetivas, como sistemas de monitoramento, vigilância armada e protocolos de emergência, novos episódios semelhantes continuarão a ocorrer. É inadmissível que profissionais essenciais, que garantem o saneamento básico de milhares de famílias, estejam submetidos a esse tipo de violência sem qualquer resposta da direção da companhia.
A cobrança por segurança na Sabesp Caraguatatuba é apenas um dos muitos exemplos da luta diária de quem mantém os serviços públicos funcionando mesmo diante de adversidades. O sindicato exige respeito, valorização e, sobretudo, proteção. A empresa não pode tratar a integridade de seus trabalhadores como uma questão secundária. Cada unidade que opera sem segurança representa uma bomba-relógio prestes a explodir, com impactos que vão muito além do ambiente de trabalho, afetando também a saúde mental dos servidores e a qualidade do serviço prestado à população.
Diante do cenário alarmante, o Sintaema reforça que continuará atuando com firmeza na defesa dos trabalhadores da Sabesp Caraguatatuba e de todas as regiões do estado. A entidade reafirma o compromisso com a categoria e promete intensificar a pressão para que a empresa adote medidas concretas, eficazes e imediatas. A segurança dos trabalhadores da Sabesp Caraguatatuba não pode mais esperar. É hora de garantir que a vida daqueles que operam o saneamento público seja tratada com o devido respeito e a devida seriedade.
Autor: Andrey Belov