Tecnologia

A Evolução do Gestor de Tecnologia em Escritórios de Advocacia: Novas Funções e Desafios

A tecnologia se tornou uma das áreas mais cruciais nos escritórios de advocacia, e a valorização dos gestores dessa área é fundamental. Desde os anos 80, quando a figura do diretor administrativo ainda não existia, o papel do gestor de tecnologia evoluiu significativamente. Inicialmente, essa função era desempenhada pelo sócio mais sênior, mas com o tempo, a necessidade de uma gestão mais profissionalizada levou à contratação de gestores especializados, não necessariamente advogados.

Com a abertura do mercado brasileiro, os escritórios de advocacia cresceram exponencialmente, acompanhados pela intensificação do uso da tecnologia. O advento das redes de computadores, sistemas de faturamento e a internet transformaram a forma como os escritórios operam. Nesse contexto, surgiu a necessidade de um profissional com conhecimento específico em tecnologia, resultando na criação da função de gerente de tecnologia.

À medida que a concorrência aumentou e as complexidades do mercado se tornaram mais evidentes, a função de gestor de tecnologia evoluiu para a de diretor de tecnologia ou CTO (Chief Technology Officer). Essa nova posição abrange responsabilidades que antes não existiam, como segurança da informação, acesso remoto e sistemas em nuvem. A evolução do papel reflete a crescente importância da tecnologia na gestão dos negócios jurídicos.

Atualmente, a tecnologia deixou de ser uma atividade acessória e passou a ser uma área central na produção jurídica. Essa mudança gerou a demanda por novas habilidades que os gestores de TI tradicionais não conseguem atender sozinhos. Surge, assim, a figura do “tech lawyer”, um profissional que combina conhecimentos jurídicos com expertise em tecnologia, essencial para navegar nesse novo cenário.

A área de TI, que antes abrangia todos os aspectos relacionados a computadores, agora se concentra em questões tecnológicas específicas, como infraestrutura e comunicação. Com a adoção de sistemas em nuvem, muitas funções que antes eram geridas internamente passaram a ser fornecidas por provedores externos. Isso inclui serviços como firewalls, antivírus e segurança cibernética, que são essenciais para a proteção dos dados.

A introdução da inteligência artificial no final de 2022 trouxe uma nova revolução ao setor. A facilidade de uso da IA permitiu que profissionais não técnicos a adotassem sem a necessidade de intervenção das áreas de TI. Essa democratização da tecnologia está transformando a forma como os escritórios de advocacia operam, tornando a tecnologia mais acessível a todos os profissionais.

Os organogramas modernos dos escritórios de advocacia agora incluem diversas áreas relacionadas à inovação e eficiência, que utilizam tecnologia, mas não estão necessariamente subordinadas a ela. Funções como “data analytics”, “information governance” e “risk management” estão se tornando comuns, refletindo a integração da tecnologia em várias facetas do trabalho jurídico.

Apesar dessas mudanças, a importância do gestor de tecnologia permanece inalterada. Gerir a tecnologia de forma eficaz continua sendo crucial, e a inteligência artificial, embora traga mudanças significativas, não resolverá todos os problemas. O papel do gestor de TI está se transformando, mas sua relevância no ambiente jurídico é mais importante do que nunca.

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